Tite (por Cosme Rímoli)

Tite.
Sete anos.
Foram sete anos de vácuo.
Entre a Copa do Brasil de 2001 com o Grêmio.
E a Copa Sul-Americana de 2008, com o rival Internacional.
A dúvida.
Adenor Leonardo Bacchi é ou não um dos melhores treinadores do Brasil?
Jogador com vasto vocabulário, se preparou para ser técnico.
Teve um começo fulminante.
Campeão gaúcho pelo Caxias.
Venceu outra vez o Gaúcho e a Copa do Brasil com o Grêmio.
Diante do Corinthians de Vanderlei Luxemburgo.
E quando parecia que já tinha tirado até carteirinha de grande técnico....
Jejum...
Passagens em branco por São Caetano.
Corinthians.
Atlético Mineiro.
E Palmeiras.
Com direito a sair humilhado, com os torcedores o xingando no desembarque do time.
Pediu demissão depois do então diretor de futebol, Salvador Hugo Palaia o desautorizar.
Mandou que 'calasse a boca'.
Não reclamasse das arbitragens.
Para esquecer o vexame foi parar nos Emirados Árabes, comandando o Al Ain FC.
A direção do Inter o resgatou e lhe deu não só uma grande chance.
Mas, um ótimo elenco.
O plano era conseguir uma vaga para a Libertadores e disputá-la este ano.
O ano do centenário.
Não deu certo.
O Inter não ficou entre os melhores do Brasileiro.
A compensação pela frustração veio antes, com a conquista inédita da Copa Sul-Americana e o fim do jejum.
O Inter venceu, passeando, o Gaúcho.
Tite voltou a ganhar moral.
Por pouco o time não é eliminado pelo Flamengo em pleno Beira Rio da Copa do Brasil.
Chegou à semifinal do torneio.
Nilmar voltou à Seleção nas suas mãos.
O Inter venceu os seus três primeiros jogos do Brasileiro e já lidera.
O futebol do time gaúcho não empolga como deveria.
Os resultados são incontestáveis.
Mas a aura de dúvida ainda persiste.
Tite é um grande técnico?
Ou um treinador mediano que gosta de falar frases desconexas?
Que monta seu guarda-roupa com a cor principal do clube que treina...
Um camaleão cromático à beira do gramado.
A Copa do Brasil e o Brasileiro serão duas etapas fundamentais.
Para dar um fim neste vestibular que se arrasta há 19 anos.
Desde que colocou o agasalho do Guarany de Garibaldi.
E ouviu pela primeira vez um jogador chamá-lo de professor...