sexta-feira, 2 de maio de 2014

A reflexão que já deveria ter sido feita

Mais uma decisão, mais uma derrota e o torcedor gremista mal lembra da última vez que gritou comemorando um título. Se pensar em conquistas verdadeiras, aquelas que valorizam a imagem do clube perante aos demais no país então, essa lembrança inexiste a torcedores juvenis. Muitos prestes a entrar na adolescência, o máximo que conquistaram foram raros campeonatos regionais, em que o único adversário de mesmo nível é o Inter, mas que mesmo assim, em alguns anos não teve o tricolor na decisão do título. As desculpas são as mais variadas, os resultados porém sempre os mesmos.
Nos últimos doze anos o estado e em particular a nação gremista viu surgir e crescer dois fenômenos que estão ano a ano diminuindo o clube. O primeiro foi o surgimento da torcida intitulada Geral do Grêmio e o segundo a rivalidade entre dois grandes presidentes da história do clube, Fábio André Koff e Paulo Odone de Araújo Ribeiro.
A torcida teve  seu surgimento em uma das piores fases dos até então 102 anos de vida. Rebaixado a Série B pela segunda vez, o clube apoiou-se no único ativo que ainda detinha, mas somente por ser impossível de ser penhorado, os torcedores. Foi com o apoio maciço destes que a campanha da Série B em 2005 chegou ao fatídico jogo contra o Náutico (me recuso a chamar pelo nome como ficou conhecido o confronto pois este foi o terceiro mal da década). Pois durante série de jogos alguns torcedores, inspirados nas inchadas argentinos, começaram a criar canções de apoio ao time e juntar-se atrás da goleira que ficava a direita da social. Com o acesso em um jogo que contou com a incompetência do adversário, mais e mais torcedores foram se identificando com a filosofia e o grupo foi crescendo, vindo a se tornar uma torcida organizada. Com o fenômeno das redes sociais, não foi difícil este aumento, porém junto com ele surgiram algumas lideranças que nem sempre tiveram o discernimento necessário para lidar com o poder que passaram a ter. O resultado disso foram conflitos dentro e fora de estádios, que resultaram em centenas de feridos e até mortos. Hoje cantam as canções, mas raramente se ouve no estádio o maior canção que embalou conquistas na década de 90, o hino do Grêmio. Enquanto estes torcedores invictos, não ganharam nada desde o surgimento desta torcida, estiverem atuando junto a direção, alguns já estão presentes no conselho do clube, haverá discórdia e o clube não voltará a ser grande.
No mesmo ano do retorno à elite, ressurge o presidente Odone. Depois de gestões anteriores medíocres, consultem o significado da palavra antes de criticar, há de se reconhecer o mérito de assumir o clube quando ninguém mais o faria. Completamente endividado e sem perspectivas de mudanças. O clube sofria com o resultado direto das ações trabalhistas do período ISL. Eram condenações em sequência de ações para pagamento de quantias consideráveis. Por estar bem assessorado e ter personalidade para enfrentar os credores, foi criado um fundo de parcelamento, chamado de condomínio. cada vez que algum jogador fosse vendido, parte do valor amortizava a dívida. Praticamente todos os credores aceitaram o parcelamento como forma de acordo e o clube passou a respirar sem a ajuda de aparelhos. Ao longo de 2005, foi possível contratar jogadores que atendessem as necessidades de um grande clube e fortalecer um grupo formado por restos e renegados, únicos que aceitaram vestir a camisa do Grêmio. Com o acesso daquela maneira o clube voltou a crescer, o quadro de associados surgiu como nova forma de entrada de dinheiro. Como o clube entrou em ascensão era necessário planejar o futuro e com as boas campanhas  no Brasileiro de 2006 e na Libertadores de 2007, ano que foi anunciado que o país seria sede da Copa de 14, surgiu então a ideia de construção de um novo estádio. A forma como tudo foi conduzido e as vantagens financeiras teoricamente obtidas por pessoas ligadas ao projeto vou deixar de fora por não ter provas, apesar de ter muitos indícios. O fato é que ao final de 2012, ano do último mandato de Paulo Odone foi entregue pela "parceira OAS" Incompleta e com um gramado criticado ela maioria dos jornalistas que fizeram a cobertura do evento, a obra que seria terminada meses mais tarde, só foi inaugurada pela prepotência e soberba do presidente que teve a louvável ideia, mas não a soube conduzir de maneira que deixou o clube com dívidas que inviabilizam o departamento de futebol, razão de existência da agremiação.
Depois de uma briga política, dois meses antes da inauguração Fábio Koff foi eleito coma promessa de conquistar títulos, mas diante das dificuldades financeiras e das mudanças do futebol, no período em que esteve afastado do clube, cuidando do Clube dos 13 e ensinando Fernando Carvalho a ser campeão mundial, não obteve êxito e com mais esta derrota nas oitavas de final da Libertadores aliada à falta de recursos, deve terminar seu mandato sem conseguir cumprir sua principal promessa de campanha.
É tempo de o Grêmio voltar a ser aquele clube que os adversários temiam enfrentar, por ter um estádio com muita torcida, uma torcida que não precisa de comando para apoiar o time. Um clube unido no intuito de mesmo nas dificuldades enfrentar adversários mais poderosos financeiramente, mas nunca com mais vontade de vencer. De jogadores que não eram chamados de craques, mas que transpiravam confiança e determinação em obter resultados. De dirigentes que quando necessário brigavam pelos interesses do clube com que fosse. Falta ao Grêmio voltar a suas origens, e hoje não sei se há no clube, entre o mesmos dirigentes que sempre tem seus nomes cogitados em períodos pré-eleitorais, alguém que ainda lembre de como se forma um grupo vencedor e tenha coragem de fazê-lo na atual situação do clube.

Anilado no caminho de fazer história, mas cuidado com as armadilhas

O Novo Hamburgo venceu o J.Malucelli na partida de ida da segunda fase da Copa do Brasil e agora joga por um empate no Paraná para confirmar a classificação. Atuando com um excelente público, se comparado com a média histórica do Estádio do Vale, o anilado em um jogo equilibrado conseguiu a vantagem mínima pelos pés de Juba, após excelente jogada do meia Zé Rafael. A equipe mostrou mais uma vez que quando Itamar Schulle tem tempo para preparar um grupo, o time mostra dentro das quatro linhas que recebeu orientações sobre os defeitos e qualidades táticas e pessoais do adversário. Assim o Novo Hamburgo anulou as jogadas do J.Malucelli pelo flanco esquerdo e dentro das suas possibilidades criou as chances de marcar.
Com as duas expulsões, os paranaenses terão mais dificuldades na partida de volta, crescendo assim a chance do Novo Hamburgo avançar na competição. Ai começa o perigo, as armadilhas que um clube do interior pode cair com a necessidade de atuar o ano todo com uma equipe competitiva. A montagem e principalmente a manutenção dessa estrutura é cara. Os clubes que jogam o ano todo, precisam em época de gauchão, competir com os chamados clubes safristas, que utilizam toda a verba vinda dos direitos de transmissão para buscar os melhores atletas, pagando mais por contratos mais curtos e consequentemente inflacionando o mercado no primeiro semestre.


Aliado a este cenário, temos por vir o temido Gauchão de 2015, em o qual já foi anunciado pela FGF, através de seu mandatário, que o número de clubes rebaixados a divisão de acesso será maior. Não faltam exemplos de clubes que tentaram manter durante todo o ano uma equipe competitiva, com jogadores em nível de Gauchão no segundo semestre e acabaram inviabilizando o ano subsequente. Rapidamente lembro do Inter-SM que até hoje não conseguiu voltar à elite, o Esportivo que demorou a se reestruturar, o Lajeadense que este ano foi obrigado a montar um time mais modesto e o Pelotas que em 2013 conquistou títulos no segundo semestre e que não teve verba para pagá-los este ano, sendo rebaixado e tendo uma Série D de Campeonato Brasileiro por disputar.
Cabe aos dirigentes anilados, fazer uma séria reflexão sobre a forma como irão tratar a sequência do calendário e tentar encontrar uma forma de manter uma equipe que possa seguir na Copa do Brasil, projetando o clube no cenário brasileiro e sabendo lucrar com essa exposição. Mas sempre com a preocupação em 2015, pois ano que vem as equipes terão um verdadeiro teste de ferro logo no início da temporada. A primeira ação é a mais importante, renovar com a comissão técnica, principal engrenagem da história recente de vitórias do clube, há de se propor um projeto ainda mais audacioso, que estimule Itamar e acreditar em uma projeção do clube e consequentemente dos profissionais que o estão conduzindo, caso contrário, melhor pensar já em 2015.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

15 de Novembro termina sua participação no primeiro turno com dignidade

Foi com força, raça e muito suor. O grupo quinzista mostrou que merece vestir o manto tricolor na última partida da primeira fase da Segundona Gaúcha (#NovelettoRules).  Depois de muitas dificuldades na fase de preparação, já que o orçamento reduzido pôs a prova a fé dos atletas. Mas como homens quase formados que são, não se deixaram abater e venceram os adversários de dentro e fora do gramado.
A classificação veio, não como muitos gostariam trazendo as decisões para casa, mas com todas as dificuldades seria perfeitamente compreensível se ela não viesse, como aconteceu com outras equipes com equipes com investimentos muito superiores como os rubro-negros de Sapucaia e Venâncio Aires. Na primeira partida dos matas, depois de estar duas vezes atrás no marcador, o empate foi bravamente buscado e nas penalidades máximas veio o prêmio, a classificação frente ao Grêmio Bagé.
Na sequência o adversário novamente fora de casa foi o São Gabriel. Mais uma viagem longa, mais um adversário complicado, mais experiente e principalmente, mais um estádio cheio, com aquela pressão que só o interior gaúcho proporciona. Novamente os jogadores passaram pelas dificuldades, poderiam ter definido antes, mas o jogo acabou novamente nos tiros da marca fatal. Desta vez a felicidade foi do tricolor adversário, e os garotos voltam ao Sady Schmidt para prepararem o segundo turno.





O balanço foi novamente positivo. O clube teve mais tempo para preparar a temporada, os obstáculos foram maiores, mas a determinação também o foi. Amanhã começa o segundo turno. Teoricamente as dificuldades aumentam, Pois muitas equipes aumentaram ainda mais seus investimentos, buscando uma vaga direta a Divisão de Acesso com o título do segundo turno, ou ainda o último fio de esperança, o vice campeonato, que dá direito a disputa da última vaga em jogos extras com o São Gabriel. O 15 de Novembro não terá esse investimento e por chegar as semi-finais, terá menos tempo para treinar e preparar os atletas. Mas pelo que vem mostrando até agora pela comissão técnica e jogadores, confio em uma boa campanha novamente. Com mais partidas em casa, a equipe jogará mais descansada e terá a chance de buscar a classificação em uma posição que garanta os jogos de matas no Sady. Será importante demais o apoio incondicional do torcedor e da comunidade para que os garotos levem novamente o nome do 15 literalmente a todos os cantos do estado como foi feito no primeiro turno.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Se foi o primeiro turno, agora é hora de separar o joio do trigo

Foram oito rodadas, a primeiro do returno já começou e as equipes já definiram quais os objetivos que ainda podem alcançar neste Gauchão. O Passo Fundo conseguiu antecipar a agonia da briga para não cair e escalou irregularmente o meia Paulo Josué, jogador que surgiu no Esportivo ano passado, após ser destaque em um campeonato de metalúrgicos na serra. O presidente da FGF já antecipou que possívelmente haverá a punição, que se confirmada será fatal em um torneio curto como se desenhou este Gauchão. O clube do planalto pode até espernear e tentar se defender mas a argumentação de que a segunda rodada ainda não havia se encerrado, é muito fraca uma vez que o regulamento fala em início da quarta. Deve ser um dos clubes rebaixados. Restariam então duas vagas para a divisão de acesso de 2015.
Brigam para escapar desta situação outras oitos equipes, além do Passo Fundo estão nesta Juventude, Aimoré, Esportivo, Cruzeiro, Caxias, São Paulo, São Luiz e Pelotas. Não acredito que a dupla de Caxias chegue ao final da fase de classificação nesta situação, portanto seriam seis equipes para duas que cairiam, contando com a queda do Passo Fundo. Vamos a situação de momento e a projeção a curto prazo destas equipes.

Aimoré - O Índio Capilé acordou após o início trôpego causado pela tabela de jogos que o colocou na rota de grandes equipes nas três primeiras rodadas. Aos poucos e com alguns reforços trazidos pela direção o clube vai se reabilitando e por duas vezes já esteve fora da zona de rebaixamento. O desafio agora é manter a mobilização no segundo turno quando enfrentará adversários mais fortes, pois o seu grupo conquistou 99 pontos enquanto o grupo que foi adversário no primeiro turno conquistou 69. O pontos positivo é que vai enfrentar adversários descompromissados com problemas de rebaixamento. Além do que no Grupo B há um número maior de clubes fugindo da degola, ou seja haverá um mini campeonato entre eles, fazendo que que a maioria perca muitos pontos entre si.

Esportivo - O time de Bento Gonçalves me lembra o Ypiranga há dois anos atrás. Também investiu em um treinador sem experiência no Gauchão (Karmino Colombini em Erechim e Émerson Ávila no "Tivo") e trouxe muitos jogadores emprestados para o campeonato e que além de não ter atuado no Gauchão, não tinham compromisso em manter o clube na elite pois ano que vem estarão disputando outros estaduais, indicados por empresários. Veio Flávio Campos, que terá a desagradável missão de tentar salvar o time. É complicado, mas passa muito por escolher os jogadores que tenham compromisso de manter o clube na elite.

Cruzeiro - O time ainda não rondou a zona de rebaixamento, mas vai sentindo a sequência de jogos e não consegue se afastar da pontuação do primeiro time rebaixado. Se deixar para as ultimas rodadas corre o risco de repetir o feito do Cerâmica, que só esteve entre os rebaixados em uma rodada em 2013, na última.

São Paulo - O time de Rio Grande sofre com vários problemas. Somente recentemente conseguiu estrear em casa, pois a liberação do Aldo Dapuzzo demorou. O fator casa ainda não se configurou e o risco de voltar a Divisão de Acesso segue alto. O grupo que foi totalmente alterado ainda não tem um entrosamento compatível com o Gauchão e terá muita dificuldade para permanecer na elite.

São Luiz -  Assim como em 2013 o clube começou muito mal. porém a "fórmula mágica" da troca de treinador não fez efeito este ano e o clube tenta se manter na primeira divisão, porém passa muito mais pelo psicológico do grupo, que tem qualidade  para estar com uma pontuação melhor, mas sofre com as coisas que acontecem quando a fase não é boa, o grupo de atletas precisa reverter a maré de azar.

Pelotas - A decepção do estadual. depois de várias conquistas em 2013, o time recebeu alguns reforços e desaprendeu a jogar. Abatida por lesões e suspensões a equipe pouco se repetiu, complicando o trabalho e a permanência de Paulo Porto, por enquanto prestigiado pela direção. Se não conseguir bons resultados nos próximos dois jogos deve deixar a casamata.

A dupla Ca-ju está nesta situação por contingência. Não acredito neles correndo riscos até o final. Como o Passo Fundo deve ser penalizado, acredito que São Paulo e Esportivo são hoje "favoritos" a retornar a Divisão de Acesso. mas nenhum está livre de ter uma queda de rendimento e é sempre bom ressaltar que o torneio é curto e não há tempo para recuperação.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Começa a se definir o Gauchão..

Vocês podem pensar que é cedo mas o futuro dos clubes do Gauchão começou a se definir e esta rodada deve (sempre é bom deixar uma porta aberta) confirmar isso. Claro que vamos deixar de lado a Dupla Grenal e a Dupla Caju, pois como estão envolvidas com os Campeonatos Brasileiros das Série A e C não focam suas forças no Gauchão, e somente o farão se estiverem na iminência de conquistar o regional. Vamos analisar os confrontos da sexta rodada e o que almejam os clubes do interior.

Cruzeiro x Esportivo - O time de Cachoeirinha segue penando por não ter casa. Nas primeiras rodadas enfrentou adversários que ficarão teoricamente melhor colocados que ele e conseguiu arrancar dois pontos de Juventude e Veranópolis, perdendo para Brasil e Inter o que deve ser considerado normal. A vitória com o São José é importante na luta contra o rebaixamento e o confronto de logo mais com o Esportivo é o chamado "jogo de seis pontos". Já o time da serra fez a primeira vítima pela equipe montada  e que não tem experiência em Campeonatos Gaúchos. O técnico Émerson Ávila foi demitido e Flávio Campos contratado. Vem um pouco mais de experiência, resta saber se Flávio terá tempo de passar isso aos atletas, visto que ao contrário de outros anos não teremos a parada entre os turnos. O pessoal da terra da polenta começa a rezar uma vez que o "Tivo" já perdeu pontos importantes e fundamentais na luta pela permanência contra São Paulo e Passo Fundo.

Grêmio x Veranópolis - O Veranópolis ainda está em processo de formação e isso fará com que o time não consiga aproximação das equipes que lutam pelo título do interior. O excesso de empates na largada quase comprometeu a campanha que está sendo salva por duas vitórias na sequência. O objetivo de hoje é não ser goleado e seguir buscando pontos contra os iguais. Assim como a cidade, o time também quer longevidade no Gauchão.

Passo Fundo x Aimoré - Briga de foice no escuro! Antes do jogo o Aimoré tem leve favoritismo pelo viez de alta. Vem de uma vitória e um empate depois de largar com três derrotas. O Índio Capilé venceu o São Paulo que é adversário direto na luta pela permanência e terá que pelo menos empatar com o Passo Fundo, também adversário. Se souber aproveitar o momento ruim do adversário pode até trazer mais pontos na bagagem e mostrar que a arrancada ruim foi consequência da madrasta tabela imposta aos devotos do Padre Reus. O tricolor do planalto busca plena recuperação na competição. Vinha bem até a derrota em casa para o Inter, até então tinha buscado pontos contra os adversários diretos. Duas derrotas fora de casa para São José e Brasil, esta com direito a goleada, abalaram o grupo. Se Luis Carlos Winck conseguir ajeitar o barraco teremos um confronto bagual, caso contrário ele vai fazer companhia a Beto Almeida e Émerson Ávila na turma do seguro desespero.

São Luiz x São José - O alvi-rubro da colméia do trabalho luta para passar a lanterna que recebeu em mãos do Aimoré. Mauro Ovelha tenta encontrar uma maneira de encaixar o time, mas parece que está difícil de fazê-lo. A mobilização da comunidade, da direção e do grupo de jogadores é o único fator capaz de tirar o São Luiz desta situação. É essencial não deixar para sair da parte de baixo da tabela nas últimas rodadas, quando os grupos estiverem entrosados e muitos brigando pela permanência. Minha previsão inicial era de que o time de Ijuí permaneceria na elite, mas sempre tem alguma surpresa, negativa e positiva. Já o time da Multisom (caiu um nicra no caixa #SQN) vem fazendo a sua parte. Excessões a primeira e a quinta rodada, na estreia arrancopu um ponto do Grêmio, coisa que poucos conseguirão e na quinta perdeu em casa para o Pelotas, mesmo sendo o time da zona sul um dos que deve ficar acima do Zequinha na classificação geral, pelo menos um empate na grama sintética era obrigação. Deve seguir com o planejamento inicial, participar do campeonato correndo o mínimo de riscos possível.

Pelotas x Inter - O jogo para ver se a reação é pra valer! O aúreo-cerúleo (que coisa bem feia de falar) da zona sul iniciou muito abaixo do esperado. Para uma equipe que vinha d a conquista da Supercopa Gaúcha e da Recopa, esperava-se uma largada muito mais empolgante. Mas parece que Paulo Porto enfrentou problemas com muitas lesões e isso afetou o desempenho do time. Somente na quinta rodada veio a primeira vitória e mesmo jogando contra o Inter, quando normalmente os times do interior não contam pontos, será necessário pontuar, principalmente para não chegar as vésperas de um Bra-Pel com o técnico a perigo e na zona de rebaixamento. Paulo Porto joga seu futuro no clube nas próximas duas rodadas.

Novo Hamburgo x Brasil - Jogo por demais encardido. O anilado ainda cambaleia no Gauchão. A falta de um articulador ao nível da ótima dupla de ataque faz com que Itamar Schulle quebre a cabeça em busca de formas de criar chances de gol para Jonatas Belusso e Douglas. As duas alternativas (Bruno e Mazinho) que se não deram a resposta desejada, mas foram suficientes para algumas vitórias foram abatidas por lesões e estão praticamente fora do campeonato. Para a próxima semana a direção espera tapar essa lacuna no grupo de trabalho com duas contratações, até lá não se sabe o que esperar do time ofensivamente. Já o Xavante vem a capital nacional do calçado em estado de graça. O retorno a elite foi em grande estilo e com um jogo a menos tem a segunda melhor campanha do regional e está a sete pontos de garantir a permanência na elite, primeiro objetivo dos clubes do interior. Como tudo está dando certo para o rubro negro, pode-se esperar de tudo no confronto que acontece amanhã no Estádio do Vale, inclusive nada.

São Paulo x Lajeadense - Será a estreia do tricolor portuário em casa no Gauchão. O time precisa voltar a pontuar, pois corre o risco de ganhar uma lanterna de presente caso saia de campo derrotado. A força das arquibancadas é o reforço que Agenor Piccinini aguarda e só isso pode fazer a diferença. O Lajeadense busca aproveitar a intranquilidade que as duas derrotas sofridas pelo São Paulo trouxeram para as cercanias do Laranjal. Fabiano Daitx vem conduzindo muito bem o Lajeadense que pela situação financeira precária briga pela permanência na elite. Até agora perdeu para quem poderia perder, no caso o Grêmio e arrancou os pontos certos dos adversários diretos. se souber aproveitar a instabilidade do São Paulo pode dar um importante passo e poder almejar algo mais na competição.

Brigando pelo título do interior: Brasil e Veranópolis mais a frente com Novo Hamburgo e Lajeadense de olho em uma eventual queda de produção.

Tentando chegar mas de olho no retrovisor: São José, Esportivo e Cruzeiro

Tentando se livrar do abraço do diabo: Aimoré, São Paulo, Passo Fundo, Pelotas e São Luiz



segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Após três rodadas clubes começam a mostrar a que vieram no Gauchão

Se foram as três primeiras rodadas. Com exceção de São Paulo e Brasil, que pela interdição do Aldo Dapuzzo ficaram uma rodada atrasados, o restante já começa a posicionarem e definirem o que vieram buscar. Algumas surpresas, positivas ou negativas já começam a aparecer, resta saber se irão confirmar.
Quem está acima do esperado: O Inter sub-23 surpreende pelas 3 vitórias. Normalmente a dupla jogando com jovens tem enfrentado problemas contra o interior. O Grêmio confirmou a regra perdendo para o São José e vencendo no fim o Lajeadense na Arena. O São Paulo de Rio Grande ainda não jogou em casa, mas tem 4 pontos em dois jogos e começa a afastar-se dos que brigam para não cair, que seria seu lugar na perspectiva antes de iniciar o Campeonato. O Brasil-PE, vindo da segundona, contaria com a ajuda do Bento Freitas para permanecer na elite. Porém até agora conhece apenas um resultado: vitória. Parece que antes mesmo do que se previa os rubro-negros de Pelotas garantirão a permanência e com isso ganham fôlego e apoio da massa xavante para pensar em mais coisas nesse estadual.
Quem está decepcionando: O Pelotas, maior vencedor do segundo semestre de 2013, já garantido na Série D da Campeonato Brasileiro, teve tempo e a certeza do calendário anual para montar o grupo. Porém parece que os áuri-cerúleos perderam a fome de vitórias. O máximo que a equipe de Paulo Porto conseguiu foi um empate em três jogos e com isso o técnico passa a correr risco. O São Luiz de Ijuí chegou a final do primeiro turno em 2013, esperava-se no mínimo que não sofresse com a ameaça do rebaixamento. Mas na terceira rodada o alvi-rubro da colméia do trabalho marcou apenas um ponto e com isso tal qual aconteceu com Tonho Gil em 2013, Beto Almeida perdeu o cargo para Mauro Ovelha. Ao contrário do ano passado quando, com um bom grupo contratou um técnico que conhece o Gauchão, esse ano o grupo tem carências e o comandante que chega não tem como característica boas campanhas por estas bandas. O Aimoré, lanterna da competição deveria ser enquadrado nesta categoria, mas como o calendário não foi favorável ao Índio Capilé, prefiro aguardar mais duas rodadas, estas serão decisivas para a campanha leopoldense.
Dentro do que se esperava, um pouco acima ou um pouco abaixo: As demais equipes estão dentro do que eu esperava. O Grêmio, dificuldade com a base e sobrou com os titulares. Juventude e Caxias farão papel secundário, em um nível acima do interior e abaixo da dupla Grenal. Do São José e do Novo Hamburgo eu esperava esse perde e ganha entre San Juan e Mendoça não correm riscos de cair e também não ofuscarão os que buscam o título. Dos que estão um pouco acima estão o Esportivo, que com uma equipe desconhecida arranca bem, precisa manter para não correr riscos e o Cruzeiro, que com parcos recursos consegue, no ano do seu centenário e da inauguração do seu novo estádio em Cachoeirinha montar uma equipe competitiva. O Passo Fundo também está um pouco acima, mas ainda estamos no início do campeonato e a distância a ser percorrida para jogar sempre será longa para o tricolor do planalto. O Veranópolis está um pouco abaixo, foram três empates, reforços chegando no pentacolor que ainda deve deslanchar na competição. O Lajeadense está dentro da previsão, vai mesmo lutar para não cair.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Andando na corda bamba em direção ao Olimpo

Seguindo a análise do Gauchão 2014, chegamos ao segundo nível entre os clubes que disputam o estadual. Desnecessário dizer que qualquer deslize pode derrubar o clube para o grupo que analisei ontem, os que lutam para não cair. São clubes que, por manter uma base, terem fator local forte, e um pouco mais de organização, terão um pouco mais de tranquilidade no decorrer da competição.

Aimoré - O Índio Capilé organizou-se muito bem para a peleia. Esperou até o último instante para ter no comando da comissão técnica Benhur Pereira que em 2013 salvou o Cruzeiro da queda. Apesar de ter apenas metade da verba de TV, grande parte utilizada na reestruturação do clube e principalmente do estádio, conseguiu montar uma equipe boa. Pode entrar na luta contra o rebaixamento se os desfalques se tornarem uma constante pois os suplentes estão bem abaixo do nível técnico do time titular.

Brasil-PE - Depois de 5 anos do trágico acidente que resultou no rebaixamento, o Xavante está de volta. Com a força do Bento Freitas e a empolgação da torcida o Brasil deve fazer um bom campeonato. Tem um técnico competente e com a boa fase do Pelotas a cobrança aumento, fazendo com que o rubro-negro precise fazer um bom estadual. Manteve a base do time que fez excelente campanha na Divisão de Acesso e reforçou corretamente o grupo.

Novo Hamburgo - O Anilado, depois de tomar um susto em 2013, retomou a fórmula consagrada em 2012. Sob o comando de Itamar Schulle fez boa campanha no segundo semestre de 2013 e montou a base. Reforços pontuais vieram, principalmente na peça ofensiva, setor carente nas últimas competições. Internamente o clube passa por reformulação, e uma reengenharia financeira foi necessária, se acontecer aquela famosa "liga", ou seja o time entrosar e embalar, será candidato a vaga na Série D. Porém se não acontecer esse entrosamento, pode estar ameaçado.

Pelotas - O áureo-cerúleo vive uma fase espetacular. Conquistou três títulos recentemente e com essa base, o técnico Paulo Porto, que tem um ótimo retrospecto recente no Gauchão, garantido na Série D do Brasileiro, vai em busca de fazer história. A tranquilidade da garantia de calendário nacional, fez com que as contratações pudessem ser feitas pensando também no segundo semestre e isso faz a diferença. Como dificilmente será candidato ao título, ficou meio sem ter o que fazer no Gauchão e isso pode ser perigoso.

São José - O Zequinha vem para mais um Gauchão com a facilidade de ser o clube do presidente da FGF. Sempre contando com jogadores que vem abrir mercado no estado e com outros que pela amizade com Novelletto facilitam nas negociações, montou mais uma equipe forte. Tem no gramado sintético do estádio Passo D´Areia um grande aliado. Só corre algum risco se acontecer uma desmobilização como a que aconteceu ao final do Gauchão de 2013, quando se houvesse mais duas rodadas teria sido rebaixado.

São Luiz - O time de Ijuí fez um Gauchão 2013 histórico, quando chegou a final do primeiro turno, jogando em casa contra o Inter. O gerente de futebol Sandro Pagliarini repetiu a fórmula do sucesso e passou o segundo semestre observando jogadores no interior paulista,  fazendo uma mescla interessante com jogadores acostumados ao Gauchão. O grupo não deve repetir o sucesso de 2013, mas tem tudo para fazer um bom campeonato, o maior problema é sempre a grande distância enfrentada cada vez que o time sai para jogar fora.

Veranópolis - Completando 20 anos de fundação o VEC parece que aprendeu com susto de 2013. Recontratatou Julinho Camargo, técnico que salvou o clube da queda ano passado. O grupo de jogadores foi montado criteriosamente, mantendo a base que defendeu o clube em outros anos, destaque para o meia-capitão Eduardinho, patrimônio do clube.

O Campeonato Gaúcho anualmente apresenta supresas, tanto positivas, quanto negativas e em 2014, com fórmula nova não será diferente.