Como já estamos cansados de ver, ler, ouvir e falar, 2014 será ano de Copa do Mundo no Brasil. País afora estádios foram construídos e reformados para atender a demandas do caderno de encargos da Fifa para o país organizador. Alguns outros clubes modernizaram ou construíram seu patrimônio para equilibrar a disputa. Aqui no estado o Inter inaugura em 2014 o novo Beira Rio e o Grêmio está em fase de acomodação na sua nova casa, a Arena.
O torcedor, acostumado com arquibancadas de concreto sujo e cheirando a urina e ter pipoca e refrigerante como opções de consumo ainda não se acostumou com o conforto e a variedade gastronômica que são oferecidas, mas principalmente ao custo que isso tem.
Como a BRio e a Arena Portoalegrense, empresas criadas em parceria dos clubes com as construtoras, praticam preços de ingressos inacessíveis ao torcedor que fica abaixo da classe média, passamos por um processo de troca do perfil do torcedor que vai ao estádio.
Sai o torcedor que vibra, grita com o time e protesta em altos brados e entra um público "mais educado" sem o hábito de protestar e alentar a equipe aos gritos. O Grêmio já sentiu esse efeito e tem sua casa com capacidade para 60 mil pessoas com média abaixo de um terço dos assentos ocupados. Assim que retomar o mando dos jogos em sua casa, em menos de 90 dias o Inter também sofrerá com isso.
Neste momento que os clubes do interior, se entenderem rapidamente o momento poderão arregimentar torcedores mais fiéis. Por que alguns torcedores acostumados a ir aos antigos estádios, pela questão financeira, não poderão mais acompanhar seu clube tão de perto, e não deixarão de gostar de futebol. Caberá então aos dirigentes que forem sagazes, oferecer a este público uma possibilidade alternativa para manter o hábito de frequentar os estádios.
Alguns clubes do interior e próximos da capital, largaram na frente e recentemente reformularam seus patrimônios com novos estádios, casos de Novo Hamburgo, Lajeadense e o Cruzeiro que inclusive optou por trocar de cidade em busca de torcedores. O Aimoré tem essa modificação planejada também e outros clubes já entenderam que precisam acompanhar essa "onda" de modernização. Os jovens torcedores, estão sedentos por um clube que lhes possibilite pelo menos uma vez por semana ir ao estádio e juntos empurrarem seus guerreiros na consagrada, pelo menos aqui no RS, forma de torcer das barras argentinas e uruguaias. Os times do interior, podem oferecer isso a custo mais baixo que a Dupla Grenal, basta oferecer as condições e o time. Ou teremos que esperar por uns anos, quando as empresas gestoras dos estádios descobrirem que o "novo" público não ajuda o clube como a antiga torcida e de forma gradual, retomar a entrada do público tradicional de futebol, que joga junto e empurra o time para as vitórias e conquistas.
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